Quarta feira, dia 08 de julho, acabei de chegar da cabine de imprensa do filme Homem Formiga

Nessa tarde chuvosa em Sampa onde atualmente eu moro – maixxx eu sou carioca, com orgulho! =D – escrevo as primeiras palavras do que espero ser uma coluna longeva aqui no AV: Piña Colada. A primeira coluna daqui escrita por uma “geek fashion” – pessoas do sexo feminino que curtem mais que moda ou que o universo nerd – e bem, posso não ser fashionista, mas sou formada em Moda e antes disso já era nerd desde bebê. Culpa da minha criação que envolveu: DunaStar WarsIndiana JonesHuxleyOrwellAsimovTolkienStar Trek e MUITA cultura Pop! A ideia aqui é falar sobre temas diversos e que nós, meninas, tenhamos mais voz aqui no AV. Para isso vocês vão ter que me ajudar e participar combinado? E, meninos, vocês também são bem vindos, nada aqui é segredo ou papo de Lulu! =)

Scott Lang, como eu, descobrindo o Homem-Formiga

Scott Lang, como eu, descobrindo o Homem-Formiga

Um dos textos que eu tenho mais carinho em ter escrito nesse site, é o texto sobre o filme Homem Formiga. Enviaram a foto para a lista, perguntaram se alguém tinha interesse em escrever e eu disse que queria. Mas o fato era que eu mal conhecia o Dr. Hank Pym, o Homem Formiga original, eu não fazia a menor ideia de quem era o Scott Lang, personagem de Paul Rudd, que aparecia na foto. Depois de MUITA pesquisa, “nasceu” meu texto e eu tenho o maior orgulho dele. Adoro textos que apresentam desafios e muita pesquisa! Aliás, uma pausa importante para uma reflexão:  já vi vários homens “reclamarem” que suas mulheres preferem DC à Marvel, e hoje tudo fez sentido. Mas isso vai ficar para outro texto, ok? Porque além da minha teoria louca, vai exigir muita pesquisa, para eu não falar bobagem aqui. =D

Dessa vez eu vou falar melhor sobre as questões das três personagens masculinas que aparecem no filme e seus problemas: Dr. Hank Pym, Scott Lang e Darren Cross. Uma rápida adição: Darren é o vilão nas HQ’s em que Scott assume o papel de Homem Formiga. Ele não é inventado, apenas assumiu para o filme a identidade perturbada e uma das facetas do próprio Hank Pym, o Jaqueta Amarela. Porque se Homem Formiga é um filme que tem humor, ele também tem por trás a história pesada e até triste de três homens cheios de conflitos e atormentados por seus passados.  Portanto, cabe a Darren a pior faceta: o invejoso, ciumento, atormentado e complexado. E por isso veste a versão Jaqueta Amarela, tornando-se o vilão e provavelmente o mais simples dos três principais homens do filme.

Scott, como já contei no post original, tem uma trajetória complexa. Ele é o “anti mocinho”, alguém cujo o lema deveria ser ‘o fim justifica os meios’. No fim, é Paul Rudd que quebra o que poderia ser um filme pesado e chato, com seu jeito engraçado. Muitos críticos não gostaram dele, mas para mim ele é bem o ‘homem comum’ e funcionou perfeitamente no papel. Sem falar que traz uma sensação de familiaridade para nós, meninas, por ter feito Friends e As Patricinhas de Beverly Hills.

Hank Pym e Darren Cross

Hank Pym e Darren Cross

Não vou me aprofundar aqui em todas as tormentas que Michael Douglas transmite rapidamente – para aqueles que estão interessados lógico – como Dr. Hank Pym. Mas posso dizer que esse seria facilmente o filme psicologicamente mais perturbadoda Marvel, se não fossem algumas escolhas certeiras. Porque Homem Formiga não é um herói comum, suas facetas são tantas e seus temas tão sombrios – nas HQs, Hank trai os Vingadores só para poder salvá-los, por exemplo – que a escolha de manter o filme em segredo até a pré estréia foi a escolha certa. Se vocês sabem de algumas notícias desse mundo, já devem ter ouvido que Joss Whedon, diretor de Vingadores 2: A Era de Ultron, ficou um pouco incomodado com as críticas que recebeu dos fãs e chegou a reclamar da Marvel sobre o MCU. Eu tenho a impressão que muito disso foi por causa dele não ter tido nenhum acesso ao roteiro de Homem Formiga, mas o que ele não entendeu é que o filme não poderia interferir em NADA no que ele tinha em mente para o mundo dos Vingadores e sim o trabalho de “fechar” um ciclo de histórias, para começar o próximo – sim, estou falando de Capitão América: Guerra Civil.

Uma outra coisa importante e horrível que vi em alguns fóruns americanos, e pretendo me aprofundar mais em outro texto: críticas à atriz Evangelina Lily no papel de Hope Van Dyne. Pela primeira vez uma heroína, usa cabelo ‘a lá garçon’ – corte chamado de Chanel, pois foi popularizado pela mesma –  e não é estereotipada como a Peper Potts que é uma secretária de Tony Stark, ou aparece usando roupas hiper sexy. Hope, é uma mulher com sua própria agenda e que aceita ajudar Scott no filme porque quer. Uma das cenas do trailer, inclusive, é ela dando um soco em Scott. Enfim, ela não é como a maioria das mocinhas. E em um desses fóruns por aí, vi chamarem a mesma de ‘bitch’, algo como vadia, mas no sentido de mulher chata. Para começar, que essa palavra é extremamente degradante e se não me engano aconteceu algo parecido com a Scarlett Johansson no filme dos Vingadores, onde sua personagem Viúva Negra teria sido chamada de slut (aquilo que a gente xinga as mães dos juízes futebol) pelo próprio colega, Jeremy Renner e Chris Evans também teria dito que ela é uma total whore (a profissão mais antiga da história).

É… Se na ficção Hank Pym bate em sua esposa em 1981, muito pior é saber que 34 anos depois, atores que interpretam heróis chamam suas colegas de nomes nada bonitos para se dizer…  Mas Homem Formiga é um filme sobre redenção e superação, além de claro, saber a hora de perdoar também. Afinal, os super heróis de verdade não são aqueles que tem um escudo maneiro, mas sim os que fazem qualquer coisa para proteger a sua família e aqueles que amam. E nesse ponto, Scott é mais super herói do que qualquer outro Vingador!

Ah, e se ainda não ouviu, não perca o episódio dos Podcrastinadores de hoje sobre o personagem e o filme, está imperdível!

Beijos,

Sil!
Evangeline Lilly como Hope van Dyne, uma mocinha diferente do padrão Marvel
Evangeline Lilly como Hope van Dyne, uma “mocinha” diferente da maioria das heroínas da Marvel

(Texto originalmente publicado 8 de Julho de 2015 no Abacaxi Voador e modificado para a formatação do Coisas Impossíveis)

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