Algum tempo atrás, Henrique e eu estávamos conversando, e eu me convidei para escrever aqui (no site Abacaxi Voador). Após esse convite, eu viajei, mas a verdade é que estava morrendo de medo de enfrentar essa jornada, até porque comecei a achar que não conseguiria escrever sobre nenhum tema de maneira interessante. Como vocês não me conhecem ainda, deixa eu me apresentar: meu nome é Silvia e sou nerd e geek com orgulho. E além disso, eu tenho uma enorme neura com caracterização das personagens.

Você perderia a chance de ver uma vencedora de dois Oscars em ação?

Você perderia a chance de ver uma vencedora de dois Oscars em ação?

Como sou extremamente ansiosa e estava louca para ver o novo filme dos X-Men (X-Men: Days of Future Past, 2014),  “obriguei” meu “pobre” marido a me levar para assistir à primeira sessão que vi disponível do filme. E lá fomos nós ao Village – viva a meia-entrada – na sessão de 00:01 em 3D nas salas “VIPs” do shopping. Por trás de tanta ansiedade, uma explicação rápida: o primeiro filme a que assistimos juntos, antes até de namorarmos, foi o X-Men 2, em 2003 – portanto, é claro que esse filme, que junta passado e presente, tem um significado para nós.

Mas deixando de lado o sentimentalismo, vamos falar das minhas impressões sobre o novo filme dos X-Men. Primeiro, tenho que confessar que tremi quando anunciaram a presença de uma das minhas mutantes preferidas no filme, Feiticeira Escarlate, pois morri de medo de estragarem a personagem tal qual fizeram com a Emma Frost em X-Men Primeira Classe. Mas, para a minha felicidade, Bryan Singer anunciou a retirada da personagem – que vai aparecer em Vingadores 2 (Avengers: Age of Ultron, 2015), e isso fica para outro post – e eu fui ver o filme mais leve, esperando apenas um show dos quatro atores principais: McAvoy, Fassbender, Sir McKellen e Sir Stewart. Após vermos o filme, algumas coisas me deixaram ligeiramente incomodada. Sendo MUITO sincera, tudo o que me incomodou foi por questões de implicância pessoal minha e isso me fez lembrar sobre como nos prendemos a detalhes e muitas vezes acabamos não aproveitando um filme.

Em 2000, quando anunciaram que Ian McKellen faria o Magneto, uma amiga odiou a escolha: como o Magneto, que sempre foi um personagem bonito, poderia ser aquele velho? Não seria melhor escalarem o Richard Gere? Na semana passada, outra amiga reclamou que o Bobby Drakeaka Homem de Gelo, deveria ser um ator mais bonito que o atual. E vamos lá, quantos de nós não criticamos a escolha de uma “velha” para fazer a Jean Grey ou as péssimas escolhas capilares para a Tempestade?

Independentemente do que achar, não se pode negar a boa atuação deste grande elenco.

Independentemente do que achar, não se pode negar a boa atuação deste grande elenco.

A verdade é que por uma razão ou outra nós nos prendemos a alguns detalhes, e isso muitas vezes pode estragar a experiência de ver um filme, como eu QUASE estraguei a minha hoje. Independente das escolhas “estranhas” para o filme, confesso que na hora H, quando você está lá na sala de cinema, nada disso importa. Bryan Singer conseguiu dirigir um filme fantástico, mesmo que algumas caracterizações possam não ser do jeitinho que esperávamos. No fim, o que importa de verdade é a capacidade de tornar esses “defeitinhos” irrelevantes, como no caso de X-men: Dias de um Futuro Esquecido, para que a gente possa aproveitar a história em si. E nesse ponto eu devo “tirar meu chapéu”  para a Fox, que não só conseguiu juntar o elenco das duas versões diferentes da história, mais partes da origem do Wolverine e fazer um filme coerente e coeso. O filme me prendeu na cadeira do inicio ao fim, e apesar do meu comentário lá do inicio, não consigo pensar em mudar algo na história dele. Bryan, como diretor do primeiro filme dos mutantes, criou com um cuidado e carinho especial um novo caminho para que a Fox possa transformar os X-Men na grande franquia que sempre quiseram, mas com maiores chances de sucesso dessa vez, tal qual sua concorrente Marvel.

Portanto, minha recomendação é: vá assistir ao filme como se nada soubesse dos Mutantes, aproveite a boa história, além das excelentes interpretações – James McAvoy dá um show à parte –, e simplesmente curta o filme deixando de lado seus preconceitos, apesar de, às vezes, precisarmos fazer um esforço um pouco maior. Tente não levar tão a sério o poder de cada personagem ou como sua caracterização é nas revistinhas. No fim a gente sabe que eles sempre acabam reescrevendo para acomodar a saga que interessa. Mas ninguém precisa ficar assustado. Meu marido saiu do cinema dizendo que é “a primeira vez que ele espera ansioso por um próximo filme dos X-Men”.  O filme é bom e, se encarado com o espírito certo, é provavelmente o melhor de todos estrelando os mutantes.

O futuro dos humanos e mutantes foi decidido nos cinemas, não deixe de lado essa parte da história.

O futuro dos humanos e mutantes foi decidido nos cinemas, não deixe de lado essa parte da história.

PS: Espero que todos curtam o filme e não se esqueçam da cena pós-crédito!!! =)

(TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NO SITE ABACAXI VOADOR EM 23/07/ 2014)

 

 

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